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Cidades devem liderar as ações para adaptação às mudanças climáticas

Nas cidades, estão as principais causas das mudanças climáticas, mas também parte da solução para esse problema. As cidades têm o poder de mudar o mundo, com seus centros financeiros, de cultura, comércio e inovação. Entretanto, 70% das cidades já estão sofrendo com os efeitos das mudanças climáticas, o que pode as colocar em grave risco. Os efeitos resultantes não são somente físicos. As consequências econômicas podem ser igualmente devastadoras. Por mais que as cidades se estruturem na direção da resiliência climática, gastos inesperados relacionados a inundações ou estiagens duradouras podem causar grandes interrupções nas operações comerciais, e gerar grandes danos aos orçamentos municipais.

Como forma de atenuar esses efeitos, as maiores cidades da Europa, reunidas na rede Eurocities, caminham de forma decisiva na direção da mitigação desse fenômeno. Dentre as cidades-membro da rede, 64% já se comprometeram alcançar a neutralidade do carbono até 2050. Entre elas, 12 cidades comprometeram-se alcançar a neutralidade antes de 2040. Dentre essas cidades, 87% adotaram estratégias para adaptação aos impactos de mudanças climáticas, com o intuito de proteger seus cidadãos. Essas estratégias envolvem edifícios, energia, governança e transporte.

Grandes ganhos, em termos de redução de gases nocivos, podem ser obtidos alterando a maneira como planejamos, construímos, gerenciamos e alimentamos nossas cidades. Cidades bem planejadas, compactas, e estruturadas com um bom sistema de transporte público, podem ajudar a reduzir bastante nossa pegada de carbono per capita, e são essenciais para alcançar muitos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, dos quais a ação climática é uma parte essencial.

Documentos emitidos pelo programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) reafirmam a urgente necessidade de reduzirmos a quantidade de dióxido de carbono produzido por nossas casas e edifícios comerciais. As cidades em expansão no mundo podem criar edifícios e infraestrutura altamente eficientes em termos de energia, projetados considerando o clima local e usando tecnologias inovadoras. Por exemplo, a maioria dos novos edifícios nos próximos 30 anos serão construídos na África e na Ásia, e deveriam minimizar a utilização do ar-condicionado, maximizando a ventilação natural.

Ainda segundo a ONU-Habitat, para alimentar nossas cidades, precisamos gerar energia limpa e eficiente em termos da utilização de recursos naturais, e nos afastar dos combustíveis fósseis.

Desde 2009, o custo da eletricidade renovável caiu tanto para a energia solar quanto para a eólica, e continuará caindo à medida que forem mais utilizadas. Grandes projetos para implantação no mar de parques eólicos de geração de energia estão em andamento.

A extração e a fabricação de materiais para edifícios, como aço e concreto, e os processos de construção, produzem dióxido de carbono. Portanto, o uso de infraestrutura de baixo carbono será de extrema importância para reduzir as emissões.

O transporte também produz quantidades significativas de emissões. As cidades não devem ser planejadas em torno de carros, mas sim de pessoas, e devem investir em transporte público com emissão de carbono zero, trilhas e ciclovias protegidas.

O transporte público elétrico, alimentado por energia renovável, pode impedir 250 milhões de toneladas de emissões de carbono até 2030, além de melhorar a saúde das pessoas e reduzir o ruído e a poluição do ar em nossas cidades.

Á medida que se decompõe, a matéria orgânica emite metano, que é um gás de efeito estufa muito mais poderoso que o dióxido de carbono no curto prazo. Por isso, é essencial minimizar o desperdício orgânico, melhorando os métodos de gerenciamento de resíduos e tomando medidas para capturar e usar as emissões de metano dos aterros sanitários.

Além das soluções de longo prazo, que exigem uma mudança mais profunda na maneira como nossas cidades se desenvolvem e na operação de nossas economias, todos podemos fazer escolhas pessoais para alterar nossos padrões de estilo de vida e de consumo no dia a dia, ajudando, com isso, a construir um futuro melhor para a humanidade.

Conteúdo original folha.uol.com.br. Para mais informações, dúvidas e sugestões, entre em contato conosco.